Do jardim, Uganda quer lançar astronauta africano ao espaço
Considerando que o Brasil até hoje nunca colocou um satélite no espaço e já torrou milhões de dólares em pequenos foguetes que nunca entraram em órbita, não há como não ter uma certa admiração .
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Você já ouviu falar no Programa Africano de Pesquisas Espaciais? Provavelmente, não. Afinal, o centro nervoso do complexo fica no quintal da casa de Chris Nsamba, um engenheiro ugandense que está projetando uma nave para levar o primeiro astronauta africano ao espaço na próxima década.
Dificuldades
De acordo com Nsamba, ainda vai levar algum tempo para que a nave consiga entrar em órbita. "Vou te contar uma coisa. Construir uma aeronave não é uma tarefa fácil. Dá bastante trabalho e exige muita dedicação", disse. No seu entender, isso deverá acontecer num prazo entre quatro e seis anos.
Orgulho
O programa espacial africano de Nsamba depende das doações feitas pelos 600 associados, que colaboram com quanto podem para ver a aeronave sair do chão e entrar em órbita.
Fotos: No topo, primeiro protótipo da nave espacial de Uganda, desenvolvida por Nsamba e sua equipe. Acima, detalhe da construção do protótipo. Créditos: Brooke Bocast/BBC, Ugandaway, Apolo11.com.
Ao contrário dos grandes centros espaciais, na sede do centro espacial africano não existe qualquer equipamento de alta tecnologia ou ferramentas sofisticadas. Ali, a maioria dos engenheiros voluntários trabalha com lixas, pincéis e serras comuns e a nave que levará o primeiro ugandense ao espaço ainda não existe de fato.
Atualmente, a espaçonave está sendo construída em madeira e alumínio e de acordo com Nsamba o objetivo é testar as habilidades de engenharia, necessárias para que a nave espacial saia do chão.
A construção da nave está sendo feita entre os dois galpões no quintal de Nsamba. Já está pintada de azul e branco e na lateral da cabine, em destaque, está pintada a bandeira de Uganda. O protótipo ainda não tem nome nem foguetes propulsores e está apoiado por uma grande pilha de tijolos e cabos, necessários para contrabalancear o peso da nave.
Apesar de tudo parecer improvisado, Nsamba tem muito orgulho do local e do trabalho desenvolvido acredita que se a equipe tiver sucesso, essa será a primeira aeronave totalmente projetada e construída na Uganda. Todos os envolvidos no projeto são voluntários, a maioria estudantes de engenharia.
Dificuldades
De acordo com Nsamba, ainda vai levar algum tempo para que a nave consiga entrar em órbita. "Vou te contar uma coisa. Construir uma aeronave não é uma tarefa fácil. Dá bastante trabalho e exige muita dedicação", disse. No seu entender, isso deverá acontecer num prazo entre quatro e seis anos.
As dificuldades de Nsamba realmente são grandes. Uganda não tem universidades especializadas na área aeronáutica ou espacial e todos os candidatos a astronautas deverão ser certificados pelo próprio Nsamba, já que não há ninguém no país capaz de fazê-lo.
Nsamba também está treinando pessoalmente a equipe, dando aulas de astronomia e física onde ensina fundamentos básicos de como calcular a distância entre planetas ou os perigos envolvidos na reentrada espacial.
A falta de instalações adequadas prejudica o avanço das pesquisas, mas não impede que a criatividade contorne os obstáculos. Um dos exemplos é a simulação do ambiente de microgravidade encontrado no espaço.
"Vai ser fácil", diz Nsamba. “Fiz um pedido de uma turbina de jato. Vamos construir um túnel vertical e instalar o motor na parte inferior. Quando colocarmos o astronauta lá dentro, ele vai flutuar de maneira bastante semelhante à que flutuaria no espaço", garante.
Orgulho
O programa espacial africano de Nsamba depende das doações feitas pelos 600 associados, que colaboram com quanto podem para ver a aeronave sair do chão e entrar em órbita.
À primeira vista é muito fácil ridicularizar o projeto de Nsamba e se você está lendo este artigo com um sorriso no rosto ou em tom de deboche, saiba que os ugandenses veem com muito orgulho essa contribuição do país para a exploração espacial.
O presidente do país, Yoweri Musevei, frequentemente se refere a Kwatsi Alibaruho - primeiro negro diretor de voo na Nasa - como um exemplo do que o povo de Uganda é capaz de alcançar. Para o presidente, seus feitos contradizem a visão do mundo de que Uganda é um país subdesenvolvido e atrasado.
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Considerando que o Brasil até hoje nunca colocou um satélite no espaço e já torrou milhões de dólares em pequenos foguetes que nunca entraram em órbita, não há como não ter uma certa admiração pelo trabalho de Nsamba, que com muita dificuldade e grande confiança trabalha duro para colocar a primeira espaçonave tripulada de Uganda na órbita da Terra.
======================================================Fotos: No topo, primeiro protótipo da nave espacial de Uganda, desenvolvida por Nsamba e sua equipe. Acima, detalhe da construção do protótipo. Créditos: Brooke Bocast/BBC, Ugandaway, Apolo11.com.
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