quarta-feira, 26 de agosto de 2015

UNIPAMPA BAGE .LUIS FOGAÇA, PROFESSOR E AMBIENTALISTA



O GARIMPEIRO MODERNO

Com a proximidade do verão se faz urgente tomar algumas providências como cortar grama da casa de praia, limpar e descartar objetos inservíveis. Foi o que fiz. Sacos grandes de lixo, tronco de bananeira e vasinhos com folhagens diversas  ocuparam integralmente o porta malas do meu celtinha. Perguntei a outros moradores da redondeza onde eu poderia descartar aquele lixo e fui informado que há um lugar no Cassino especialmente projetado para este fim. -Que maravilha! -Pensei. Pois tanta gente, talvez por desconhecimento, joga lixo nos cômoros (ou combros, como muitos chamavam aquele montes de areia branca da beira da praia). Fui seguindo e perguntando, porque não é muito fácil chegar lá, a sinalização ainda deve estar sendo confeccionada.


Cheguei num imenso terreno  com pilhas de material reciclável, um galpão que serve de sede para a associação e muitos avisos de proibido isso proibido aquilo. Fui indo e perguntando, cada um informando um trecho até que cheguei onde precisava chegar. Um lugar destinado a entulhos, restos de podas, galhos, móveis, utilidades e inutilidades diversas. Havia uma só pessoa no local, um senhor de chapéu à moda Indiana Jones, óculos bem escuros, botas, calças por dentro das botas e sua Bandeirante a Diesel ligada. Ele se aproximou e veio conversar comigo. Perguntou: -O que tem aí? E eu, assustado ainda com as placas de proibido isso proibido aquilo, disse-lhe que eram umas taquaras, restos de capim e plantas. O Suposto encarregado se aproximou mais um pouco e disse: - Que pena que estão com cupim, porque senão eu teria um destino pra elas. Pode colocar no terreno, junto dos outros galhos.


Neste momento me senti mais à vontade e agradeci, porque cheguei a pensar que era proibido colocar lixo no depósito de lixo, vai duvidar...
Comecei a descarregar meu carro tendo o cuidado de colocar junto com outros materiais semelhantes para manter a ordem que notei existir por ali. Enquanto trabalhava, conversei com o senhor que me recebeu e descobri que ele é um catador de coisas. Um verdadeiro cidadão politicamente correto, preocupado com a descartabilidade das coisas e disposto a fazer a parte dele na sociedade.
Tá vendo aqueles fios de telefone? Perguntou ele. Sim, havia rolos de fios de telefone provavelmente descartados por alguma instaladora.  –Isto dá um belo varal de roupas. É forte, razoavelmente flexível e grosso o suficiente para que o prendedor  firme a roupa. E de graça!
Tem razão o homem, que eu já comecei a admirar à medida que o conhecia. Essa câmara de ar- explicou ele-  serve para eu fazer amarras para a carroceria da Toyota. Essas gavetas, eu levo para aproveitar os puxadores... E assim foi descrevendo tudo o que ele poderia fazer com cada tesouro  que encontrava.


 Que espetáculo! Vejo que essas atitudes são o futuro. As pessoas não precisam ter vergonha de pegar algo que alguém jogou fora. Estão, com gestos assim,  ajudando o meio ambiente, o poder público, a sociedade em que vive. Então aplaudo o homem, me despeço enquanto ele fala sobre a atualidade, que as pessoas estão comprando coisas novas e jogando coisas boas no lixo e saio com a firme convicção que há esperança na humanidade. Contrariamente o  que a mídia nos impõe nos noticiários, as pessoas pensam, agem e se preocupam  com o futuro. Vale a pena lutar. Nossos filhos e netos e os filhos deles e seus netos merecem.

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BRASILEIRO  NÃO E BURRO,SO LHE FALTA OPORTUNIDADES

OBRIGADO  PELA SUA VISITA

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